quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cristianismo Puro e Simples 1 - A lei da Natureza Humana

Fala galera, to voltando a ativa com o blog, já há algum tempo queria ler novamente o livro Cristianismo Puro e Simples do C.S.Lewis e hoje finalmente recomecei, to anotando dessa vez e resolvi compartilhar um pouco de cada capítulo com vocês aqui no Blog, espero que seja um ponto de reflexão pra cada um que ler, começo hoje pelo capítulo 1 A lei da Natureza humana.

Pense comigo, só podemos alegar que um jogador cometeu uma falta no futebol porque existem regras pré estabelecidas de conhecimento prévio dos jogadores, não é mesmo? Da mesma forma alego que se discutimos o que é certo e o que é errado é porque existem regras pré estabelecidas incutidas dentro de cada ser humano. Pense nas situações a seguir: "E se alguém lhe fizesse o mesmo?" "Esse lugar é meu eu cheguei primeiro", "Deixe-o em paz ele não está te fazendo nada", "Porque é que você tem que ser o primeiro a entrar?", "Me dá um pedaço do seu lanche? Eu te dei um pedaço do meu ontem", "Vamos você prometeu!" Acho que todos nós já vimos e vivenciamos situações como essas não é?

Esses conceitos incutidos do que é certo, eram conhecidos como leis da natureza, hoje "leis da natureza" estão mais relacionadas à leis da física, como a gravidade. Mas quando falávamos em leis da natureza nos referíamos a natureza humana. De todas as leis que o ser humano está sujeito (leis da física, biológicas, etc) o único grupo de leis que ele pode escolher desobedecer é esse, o da natureza humana. Isto porque este grupo de leis é o único que é exclusivo ao ser humano, os demais grupos de leis são compartilhados entre os demais seres orgânicos ou inorgânicos. Por exemplo todo corpo sofre lei da gravidade, e outros animais compartilham das leis biológicas.

Eram conhecidas como leis da natureza, porque acredita-se que seja de conhecimento natural de todos quais são. Ou seja, não é necessário ensiná-las pra alguém. Claro que há exceções, mas são tais como existem pessoas daltônicas. Uma anomalia. Se elas não fossem de conhecimento geral, então não faria sentido algum o que falamos sobre a segunda guerra por exemplo, afinal como podemos dizer que os nazistas estavam errados se eles não soubessem o que era o certo? Eles não poderiam ser censurados por algo que não conheciam.

Há quem discorde que tais leis existem e são de senso comum global, afirmando que culturas e civilizações em épocas diferentes da história tinham moralidades completamente diferentes. Mas tal afirmação é falsa. Claro que há divergências, mas nunca ao ponto de uma TOTAL diversidade. Se compararmos as doutrinas morais dos antigos egípcios, babilônios, hindus, chineses, gregos e romanos, encontramos muito mais semelhanças do que divergências entre elas e entre o que consideramos correto segundo a moral atual. Pense bem, você conhece algum país ou civilização na história que considere admirável que se fuja do campo de batalha? Ou onde todos se vangloriem por terem enganado a todas as pessoas que lhes tem prestado favores?

As divergências estão mais relacionadas as pessoas a quem devemos prestar nosso altruísmo, se são apenas aos membros de nossa família, de nosso país, ou se a qualquer um. Mas é senso comum que não devemos por a nós mesmos em primeiro lugar. O EGOÍSMO nunca foi admirado segundo os padrões morais. Outra divergência é quanto ao número de mulheres que um homem pode ter. Se uma, ou várias. Mas sempre se aceitou que não se pode ter qualquer mulher que se queira como se fossem produtos a serem adquiridos.

Há também quem diga que simplesmente não acredita no certo e no errado. Mas dizem da boca pra fora, podem até agir de forma despretensiosa, mas se alguém lhe faz uma promessa e não cumpre, ou algo do tipo, este se queixa: "Isto não é justo!" Mas eu lhes pergunto, como julgar o que é justo se não considerarmos a existência de uma lei da natureza humana? Podemos as vezes até nos enganar com relação ao que é certo, assim como nos equivocamos ao fazer uma conta, mas afirmo que o certo e o errado não passam a ser uma questão de gosto ou opinião por isso, assim como a tabuada continua sendo o que é, mesmo quando erramos as contas.

Agora que estamos de acordo com a existência da lei da natureza dou um passo adiante. Afirmo que ninguém cumpre a lei. "Se há exceções entre os leitores, perdoem-me eles, mas o melhor que fariam seria ler algum outro livro, pois nada do que vou dizer neste lhes diz respeito. Agora voltando aos seres humanos normais" Afirmo que neste ano, mês ou provavelmente hoje mesmo não nos comportamos de acordo com o que esperaríamos que os outros se comportassem. Podemos dar mil desculpas. Alegamos cansaço, necessidade, ocupação e outras coisas para justificar nossas atitudes escusas e injustas, mas darmos desculpas só prova mais uma vez como acreditamos que existe sim um padrão daquilo que é correto e estamos envergonhados por quebrá-lo. O engraçado é que quando fazemos algo segundo tais padrões atribuímos todo o crédito a nós mesmos, jamais culpamos situações, ou cansaço, ou qualquer outra coisa nesses momentos.

"Estes são portanto, os dois pontos que queria estabelecer. Primeiro: que os seres humanos, em todo o mundo, sabem que devem se comportar duma certa maneira, e que não podem se livrar dessa situação. Segundo: que eles na verdade não se comportam daquela maneira. Conhecem a Lei da Natureza Humana, e a infringem. Estes dois fatos são a base de toda a reflexão quanto a nós mesmos e quanto ao universo em que vivemos."

Bom por hoje é isso galera, escrevi a maior parte com minhas palavras, mas todas as idéias e a linha de raciocínio são creditadas ao C.S.Lewis ok?

2 comentários:

  1. Leitura obrigatória esse livro... Vou aprovitar das suas anotações, faz tempo que não leio tbm. Valeu yurão com a boca cheia de dentes!

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  2. Lews foi um dos primeiros autores que li, logo que comecei minha jornada no Reino. Muito do que falo e ensino, sem dúvida alguma está alicerçado na reflexão deste pensador. Muito bom filho.

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