sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Cristianismo Puro e Simples 8 - A Alternativa Surpreendente

Bom concluímos o capítulo anterior afirmando então que os Cristãos acreditam que este mundo está dominado pelo inimigo. Mas isso gera uma pergunta, estaria isso de acordo com a vontade de Deus? Se sim, poderíamos dizer que ele é um Deus muito estranho; se não, como algo pode estar contra sua vontade? Se você já tomou um cargo de autoridade, tanto em sua casa quanto no trabalho ou outro lugar, sabe como é possível que algo esteja em parte de acordo com sua vontade, e em parte não. Por exemplo: Se você diz aos seus filhos que arrumem suas camas todos os dias por conta, sem você ter de ficar checando e mandando todos os dias e um dia você passa pelo quarto e vê as camas desarrumadas, isto está por um lado contra a sua vontade, mas por outro a liberdade dada aos filhos de arrumarem o quarto por conta própria está de acordo com sua vontade. Ou então pense que em uma instituição qualquer é só o trabalho passar a ser voluntário para metade das pessoas (pelo menos) deixar de trabalhar.

Deus criou seres com livre-arbítrio para escolher entre o bem e o mal, ele deseja que escolhamos o bem, mas acima desse desejo Ele quer que façamos nossa própria escolha. Ele considerou que era algo que valia a pena termos mesmo que escolhêssemos o mal, pois o nível da relação de amor que está destinada a um ser que responde em amor por escolha própria é inigualável. Não faria sentido algum criar seres feito máquinas que fossem obrigados a fazer o que foram programados, não valeria a pena. Deus sabia o que aconteceria se o ser humano escolhesse o mal, e estava disposto a pagar o preço por isso. Talvez fiquemos inclinados a discordar dele, mas como argumentar com alguém que criou a argumentação? Se Ele considera que valia a pena pagar o preço, só podemos concordar e agradecer.

Algumas pessoas perguntam: "Por que Deus fez o ser humano de um material tão fraco que se corrompeu?" Mas a corrupção nada tem a ver com a fragilidade do material. Quanto mais forte o material (a inteligência, a força, a liberdade) melhor ela será se proceder bem, OU pior será se proceder mal. Uma vaca não pode ser muito boa ou má, um cão já pode ser um pouco mais, uma criança mais, um homem adulto mais, um adulto extremamente inteligente ainda mais, e um espírito sobre humano seria ainda muito melhor ou pior dependendo de suas escolhas. Não podemos afirmar categoricamente mas podemos supor que o poder das trevas se desviou da seguinte forma. Quando se tem um eu autônomo, é possível que se queira se colocar acima de todos os demais, desejando ser o centro, o próprio Deus. É isso que se supõe ter passado pelo ser que se tornou o inimigo. Além de vivenciar isso, ele ainda ensinou tal coisa aos homens que também vivenciaram. Alguns acham que o pecado original tinha algo a ver com sexo, mas a Bíblia deixa claro que o sexo como as demais coisas era algo maravilhoso até ser corrompido, depois do pecado.

Enfim o que satanás queria que pensássemos é que podemos ser nosso próprio deus, que podemos ser independentes, e experimentar uma felicidade própria, fora de Deus, e é assim que começa a longa história humana na busca de algo sem ser Deus que o faça feliz como: dinheiro, ambição, guerra, prostituição, classes, impérios, escravidão, etc... Mas tais tentativas sempre falharão pois Deus nos fez como quem faz um motor movido a gasolina, não adianta tentar colocar outro combustível, pois o motor não vai funcionar como deveria, da mesma forma Ele nos fez para funcionarmos a partir do combustível "Deus", portanto só experimentando uma relação com ele é que vamos funcionar e seremos felizes. As vezes até dá a partida e anda alguns metros, mas logo quebra novamente.

Certo já sabemos o que o inimigo fez ao ser humano, mas então o que Deus fez quanto a isso? Bom, em primeiro lugar ele deu ao homem a capacidade de perceber o certo e o errado (Lei Moral), ninguém jamais conseguiu cumprir a lei completamente, mas continua sendo uma diretriz de Sua vontade. Em segundo enviou à terra algo que costumo chamar de bons sonhos: essas estranhas histórias em grande parte das religiões pagãs sobre um deus que se sacrifica e volta a vida dando aos homens uma vida nova. Em terceiro lugar ele escolheu um povo para se revelar e mostrar que tipo de Deus ele é: único e justo. Este povo foram os judeus, e o velho testamento bíblico dá uma boa noção de sua história. E por fim vem a principal atitude de Deus.
Surge entre os judeus um homem que se diz Deus, que atribui a sí o poder de perdoar os pecados e afirma que sempre existiu e que virá julgar o mundo no final dos tempos. Para panteístas e hindus não há nada demais em dizer que se é um com Deus, mas para um judeu, Deus é o totalmente outro, é um ser que está completamente fora do universo criado. Portanto o que este homem dizia era algo extraordinário.

Uma de suas reivindicações passa quase desapercebida, pois já a ouvimos tanto que perdemos a noção do que significa. Ele se diz capaz de perdoar qualquer pecado. Até entendemos a questão de EU perdoar alguém que procede errado contra MIM, ou de VOCÊ perdoar aquele que LHE ofende, mas como alguém pode perdoar o pecado de qualquer pessoa sem nem consultar aqueles que foram prejudicados pelo pecado, como se a parte mais interessada, mais prejudicada fosse ele mesmo? Isso só faria sentido se de fato fosse Deus e cada e qualquer pecado cometido fosse sua lei sendo quebrada e seu amor sendo ferido.

Apenas para concluir, sei também que existem alguns que afirmam a coisa mais tola possível a se dizer sobre Jesus: "Estou pronto para aceitar que Jesus foi um grande mestre de moral, mas não aceito a sua prerrogativa de ser Deus". Se Jesus fosse apenas um homem e dissesse o que Jesus disse, então não poderia ser um mestre de moral, ele seria ou um lunático em pé de igualdade com quem diz ser um ovo cozido, o que não o classificaria como mestre de coisa alguma; ou um demônio mentiroso o que também desqualifica-o de qualquer relação com questões morais. Ou era e de fato é quem diz ser, o Próprio Deus. Nossas alternativas portanto resumem-se a: contra-argumentar suas falas taxando-o de maluco; cuspir nele e matá-lo feito um demônio; ou cair aos seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas em suas falas e em sua vida ele não nos deu nenhuma alternativa de considerá-lo um grande mestre de moral e nada além disso, não nos deu tal escolha e nem nunca pretendeu dar.

2 comentários:

  1. Esse é um dos capítulos mais brilhantes deste livro. O livro como todo é fenomenal, mas foi com esse capítulo em 1987 que compreendi que ou Jesus é de fato tudo o que diz ser, ou não devemos dar atenção a nada do que ele diz.

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  2. É realmente intrigante pensar no perdão dos pecados concedido por Jesus como foi relatado nesse capítulo. É algo muito grande que excede tudo o que nós pensamos saber sobre isso. Após refletir sobre isso, devo com certeza mudar a forma como aceito o perdão Dele por mim.

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